Friday, December 16, 2005

Não se atreva a falar mal de funk!!!!

Sou bastante vigilante quando falo do meu gosto, tento me abster de críticas e respeitar as opiniões, mas quando acho que esse negócio que virou o Funk Carioca esfriou o assunto sempre volta cada vez mais forte, vou cometer a redundância de deixar a minha opinião.
Agora estou aqui para dizer que abomino o gosto massivo e rejeito o funk como ridícula proposta de um movimento de democratização da fala, no sentido de que as mulheres agora podem dizer o que pensam (?). Enquanto era uma “alternativa” não me incomodava, enquanto acontecia nos “templos próprios” estava bom, mas agora eles tomaram a Europa e tem gente chamando isso de troca cultural, contato experimental entre culturas. Não quero ser representado por isso, não gostaria de ser confundido!!!
Nunca vou tolerar alguém cobrar de mim achar normal ouvir pessoas “gritando” frases montadas num esquema não muito diferente do seguinte: (um órgão sexual) + (preposição) + (uma ação sexual) + (artigo) + (um xingo) e está pronto um verso com métrica perfeita para ser entoado por uma pessoa estúpida e para ser apreciada por um pessoa estúpida x 2.
Gostaria que os usuários do funk parassem de uma vez por todas de enfeitar o discurso sobre esse movimento como sendo uma vantagem social, que assumissem verdadeiramente que se essas supostas “classes reprimidas” conquistaram espaço para falar, elas realmente conseguiram a atenção desejada e agora exprimem suas merdas em cadeia mundial, grande coisa, queriam falar e falaram asneiras, não precisamos disso.Se não bastasse, agora estão lançando um documentário “Sou Feia mas Tô na Moda”, que sonda a história do funk e a sua influência formativa (?), e me incomoda ler a matéria publicada pela Folha revelando tendências favoráveis ao movimento, que que foi? Depois de 9 meses de Raissa agora eu tenho que aceitar o funk só porque a massa estúpida pegou gosto? (novidade)... Gosto do nosso amigo Luciano Pires quando propõe o movimento de Despocotização”... Se funk está na moda, eu me orgulho de não estar.

Matéria sobre o documentário;
http://cinema.uol.com.br/ultnot/2005/12/15/ult26u20447.jhtm

Sugestão de leitura:
http://www.lucianopires.com.b

Thursday, December 01, 2005

Poetas das Almas Limpas


É muito fácil localizar os poetas das almas limpas. Eles estão nas ruas, nos canteiros, nas praças, nas sarjetas e até no nosso imaginário. A grande dificuldade é querer encontrá-los. Na infância aprendemos a temer e fugir dessas figuras: o Mendigo, o Maluco, o Andante, o Zé pinguinha e o temível Homem do Saco que levava para sempre as crianças que deixassem sobrar comida no prato. Hoje, aceitamos facilmente a idéia de que eles já fazem parte da paisagem e, olhando pela janela do carro, temos a impressão de que só estão ali para acrescentar uma dose extra de crueldade na rotina casa-trabalho-casa.
Mas na realidade, além da sujeira e da miséria, eles também compartilham o desprezo e a ausência de políticas públicas que possam amenizar o seu sofrimento. Para se ter uma idéia, a maior conquista que os moradores de rua tiveram nos últimos tempos foi a denominação politicamente correta de sem-teto.
Sem-teto sim, mas sem almas nunca. O projeto Poetas das Almas Limpas mostra algo além da miséria, da falta de oportunidades e do alcoolismo que atinge mais de 80% dos moradores de rua em São Paulo. Esta é uma prova fotográfica de que é possível encontrar poesia nos cantos mais desprezados e esquecidos da cidade. Uma poesia simples e sincera que passa grande parte do tempo adormecida na alma genuinamente inquieta desses personagens, só esperando que alguém a desperte.
Exposição do fotógrafo Edison Russo reúne 19 retratos de moradores de rua de São Paulo
Paparazzi Galeria
Av. Pedroso de Moraes, 100
Fone: (11) 2139-0250
Dia/hora: De 28/11/05 a 20/01/06